Saúde

Quer emagrecer? Serotonina, 5HTP, crómio… preste-lhes atenção!

A vontade de emagrecer surge quase sempre quando o verão ou o bom tempo se aproximam. É inevitável, pois é nesses dias com temperaturas mais agradáveis e em que dispensamos alguma roupa que o espelho nos mostra o que andamos a esconder durante o resto do ano.

A motivação em perder uns quilos para que o biquíni ou o fato de banho assente que nem uma luva pode, no entanto, confrontar-se com uma realidade que é, por vezes, mais dura do que parece: não conseguir controlar o apetite!

Novas rotinas de exercício físico e alimentação mais equilibrada podem não ser suficientes para emagrecer da mesma forma que a amiga conseguiu ou como prometido pelos anúncios.

É muito habitual, por exemplo, chegar-se ao final da tarde (período também conhecido pela “hora do lobo”) e devorar tudo o que aparece; ou executar uma desesperada operação de assalto ao frigorífico ou ao armário das bolachas, biscoitos ou snacks.

Se se revê nalguma destas situações (ou em ambas), temos uma boa notícia: é possível reduzir e controlar as compulsões sem recorrer aos doces e ao pão. É possível aprofundar o processo de emagrecimento e, muito importante, continuar a perder peso de forma saudável e sem oscilações que podem trazer graves problemas de saúde. 

Antes de mais, é importante analisar os níveis de stress. Na grande maioria dos casos, o stress é um dos principais responsáveis pelo descontrolo alimentar! Comer relaxa-nos e compensa-nos as frustrações; por vezes, comer não nos alimenta apenas o físico mas também a alma. Assim, é sempre pertinente colocar esta questão: como andarão os meus níveis de serotonina?!

Este importante neurotransmissor é responsável por sensações como alegria e bem-estar. Com níveis normais de serotonina, atinge-se mais facilmente a saciedade e consegue-se maior controlo sobre a ingestão de açúcar. Em pessoas com depressão, os níveis de serotonina encontram-se abaixo do ideal e, em casos de stress crónico, as hormonas do stress (como o cortisol) também influenciam os níveis daquele neurotransmissor.

Uma das formas que aumenta os níveis de serotonina é a ingestão de hidratos de carbono ou alimentos mais doces: a sensação de bem-estar leva ao aumento da serotonina e assim surge a vontade de atacar o pão, as bolachas, o chocolate, etc., dadas as sensções de ralaxamento e bem-estar que proporcionam.

Como controlar a vontade de comer?

Regularizar os níveis de serotonina será a chave da solução. Consegui-lo, passa por controlar os níveis de stress ao longo do dia e por dar combustível saudável ao organismo, que ajuda a manter os níveis de serotonina num estado ideal.

Assim, na redução do stress, podemos considerar uma planta com base ansiolítica, como a Passiflora, por exemplo, que fornece ao organismo “ferramentas” para manter-se mais calmo. Outra opção é o GABA (ácido gama amino-butírico), um neurotransmissor naturalmente presente no nosso organismo, que ajuda a regularizar a atividade cerebral. É indicado em casos de ansiedade, stress, insónias ou outras situações em que exista dificuldade em relaxar por atividade exagerada do sistema nervoso.

Para o aumento da serotonina, uma estratégia muito eficaz passa por suplemento com base 5-HTP (5-hidroxitriptofano), pois este é um dos “tijolos” que o organismo usa para a síntese do neurotransmissor. No entanto, é fundamental que os níveis de zinco, magnésio e vitamina B6 estejam também no seu pleno, pois estes participam nos processos metabólicos associados à síntese de serotonina.

E para que este fenómeno ocorra de forma natural e equilibrada, não nos podemos esquecer do Omega-3 e da Vitamina D, dois nutrientes incontornáveis para uma boa síntese de serotonina.

Uma outra estratégia que influencia no processo de emagrecimento é o aumento da ingestão de crómio. O crómio é um mineral que contribui para manter as glicemias (glucose no sangue) estáveis e ajuda na entrada da glucose proveniente dos hidratos de carbono alimentares para dentro da célula, trabalhando em parceria com a insulina. Níveis baixo de crómio podem influenciar a forma como as nossas células estão a ser “alimentadas” e desencadear os cravings por açucar.

Dra. Lydia Freire
Nutricionista
Terapeuta Macrobiótica e de Alimentação Energética
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