Alimentação, Informação

O que comer quando chega o outono

Chegou o Outono, a natureza começa a manifestar as suas mudanças com os seus tons castanho, laranja e dourado, as árvores começam a despir-se das suas folhas, e o sol a ir embora mais cedo. Tal como na Natureza, nós também temos de fazer as nossas transformações/adaptações e a nutrição adequada é fundamental para o nosso corpo
fazer a transição para a estação fria. Preparar a nossa imunidade é sem dúvida um ponto fundamental, para que este se consiga proteger contra gripe e constipações, tão caraterísticas da época fria.

O que podemos então dar ao nosso corpo?

A forma como preparamos os nossos alimentos deverá começar a reflectir o calor e aconchego: devemos começar a reduzir os alimentos frios e crus, como as saladas por exemplo, e incluir sopas e estufados, apostando em legumes de característica dose e com base laranja, redonda como a cenoura, abóbora, cebolas. Começamos também a incluir os frutos secos, tão característicos da época. A batata doce é também rainha nesta altura do ano: assada no forno com legumes doces, embeleza qualquer mesa e é um deleito para o paladar.

Para as nossas defesas há alguns “super” alimentos a considerar para uso regular nesta altura do ano:

Cogumelo shiitake: estes cogumelos são usados e estudados pelas suas propriedades medicinais desde a Dinastia  Ming e são considerados pelos Japoneses como o “elixir da vida”. Os cogumelos Shiitake são excelentes estimulantes do sistema imunitário, e são muito eficazes no combate a vírus, parasitas, bactérias e fungos. Frescos ou desidratados, em estufados, sopas e salteados, são sem sombra de dúvida um alimento obrigatório para ter à mesa.

Ameixa Umeboshi: este alimento de sabor intenso salgado é obtido a partir da picklagem destas ameixas durante pelo menos 6 meses. Para além da sua capacidade para alcalinizar o sangue, por serem um alimento fermentado, vão ter uma capacidade única de reforçar a nossa flora intestinal e, consequentemente, reforçar as nossas defesas. Esta ameixa pode-se comer “pura” em pequenas quantidades, ser usada para fazer molhos para temperos ou usar combinada com chá de 3 anos.

Gengibre: contém um composto chamado gengirol, que para além de ser um potente antioxidante, tem uma ação estimulante sobre as defesas. Fresco ralado ou em pó, para condimentar os seus pratos, ou simplesmente adicionado no seu chá preferido, são ótimas sugestões para o seu uso.

Pasta de miso: o miso é uma pasta obtida a partir da fermentação do feijão de soja e outros cereais (miso de arroz ou miso de cevada, por exemplo). A sua excelente ação na reposição da flora intestinal, onde 80% das nossas defesas se concentra, tornam este alimento obrigatório para uso diário. A famosa sopa de miso é um dos formatos mais conhecidos para uso desta pasta, no entanto também pode ser usado para fazer molhos para temperar os seus legumes.

Alho: com inúmeras propriedades medicinais, o alho é um ótimo aliado para o reforço da imunidade. Esta ação é devida à presença de compostos sulfurados, onde destacamos a alicina. Infelizmente este composto é extremamente volátil, e as suas concentrações reduzem drasticamente quando o cozinhamos ou quando o desidratamos. Quando ingerimos o alho em cru temos sempre de fazer uma gestão do odor e do hálito sendo que, parte da alicina acaba por ser degradada pelo ácido do estômago. 

Uma forma de contornar tudo isto é o uso de Alho entérico, um formato de alho em comprimidos, em que o processamento garante um máximo aproveitamento da alicina, pois o comprimido entérico vai funcionar como uma proteção, permitindo que chegue intacta ao intestino onde é absorvida. Em média cada comprimido de alho tem 7x mais alicina do que o alho fresco.

Dra. Lydia Freire
Nutricionista
Terapeuta Macrobiótica e de Alimentação Energética
Fotos
Henrique Félix, Mike Keneally, Milkoví – Unsplash
Congerdesign, Nähe Bonn – Pixabay
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